Adelmo do Prado é acusado de matar a
ex-mulher Luciane Rita, com a ajuda da então companheira, Juliana Barranqueiro
JR Diário
O professor de capoeira Adelmo Aniballe Cordasco do
Prado, de 29 anos, e a auxiliar de produção Juliana Barraqueiro, de 34, irão a
júri popular sob acusação de feminicídio no próximo dia 27, no Fórum de Joaquim
Távora, a partir das 8h.
Adelmo é acusado de agredir, matar e carbonizar a ex-esposa Luciane Rita em
conluio com Juliana, sua companheira à época do crime. Eles ficaram presos
provisoriamente de julho de 2019 até fevereiro de 2020, quando tiveram as
prisões revogadas sob a alegação de que o excesso de tempo de prisão iria ferir
o direito de liberdade e presunção de inocência.
A partir daí, Adelmo e Juliana usaram tornozeleiras eletrônicas de
monitoramento. Porém em julho de 2020, segundo informações da justiça na época,
Adelmo teria rompido a tornozeleira com suposto intuito de fuga, sendo
novamente reconduzido à prisão, onde se encontra até o momento.
O CASO
Adelmo e Luciane eram de Quatiguá. O crime ocorreu no dia 7 de julho de 2019 em
Guapirama. Segundo a Polícia Militar, Luciane Rita, na época com 30 anos, foi
espancada e teve o corpo queimado pelo ex-companheiro. O corpo dela foi
encontrado queimado no banco de trás do próprio carro na cidade de Guapirarma.
No depoimento à polícia, no dia que foi preso, o suspeito disse que discutiu
com a ex-mulher por causa da pensão alimentícia e da guarda dos dois filhos.
Disse que convidou Luciane para conversar mais calmamente e que seguiram até
uma estrada rural, onde pararam e desceram do carro discutindo. Adelmo disse à
polícia que ficou irritado e deu um soco na cabeça da ex-mulher, que caiu
desmaiada.
Ele achou que a ex-mulher estava morta e a colocou no banco de trás. Disse no
depoimento à polícia que pegou um isqueiro e ateou fogo no carro. Depois disso,
falou que se arrependeu, tentou tirar Luciane do veículo, mas não conseguiu.
No entanto, no depoimento dado à Justiça, durante audiência de custódia, o
agressor mudou a versão dada e colocou em dúvida a acusação de que matou a
ex-companheira.
JUSTIÇA
O crime gerou grande repercussão e repúdio na região do Norte Pioneiro. Duas
grandes manifestações por justiça foram realizadas nas cidades de Quatiguá
(13/07/2019) e Joaquim Távora (02/02/2020). O corpo demorou dez dias para ter a
confirmação de identificação pelos institutos IML de Jacarezinho e Curitiba e o
sepultamento só ocorreu no dia 19 de julho, dois dias depois da identificação
por arcada dentária e DNA.
A mãe de Luciane Rita, dona Clarice, cuida dos netos órfãos e acredita que
haverá justiça. No muro de sua residência, está afixada uma faixa que pede a
punição pela morte violenta da filha. Os acusados poderão pegar mais de trinta
anos de prisão. O processo correu em total sigilo.
0 Comentários