Imprensa Sebrae
Pequenos produtores de morango do norte pioneiro do
Paraná comemoram contrato firmado com uma rede de supermercados da região.
Organizados através da Associação Norte Velho dos Produtores Rurais de Jaboti,
Japira, Pinhalão e Tomazina, os fruticultores cultivam em torno de 400 mil
plantas e, neste primeiro momento, venderão cerca de 20% da produção ao grupo
Molini’s. A expectativa, com o passar do tempo, é aumentar o volume de
comercialização.
O morango é uma das principais culturas do segmento
de frutas do Paraná. Dados mais recentes da Secretaria de Agricultura e
Abastecimento (Seab) apontam um Valor Bruto de Produção (VBP) de quase R$ 260
milhões. Momento positivo que impacta no trabalho da associação e gera bons
negócios.
“Vamos firmar o elo com a rede de supermercados
Molini’s. Pretendemos montar embalagens diferenciadas, classificar os morangos,
e a nossa intenção é comercializar até 50% da produção com o grupo”, conta o
produtor e diretor da associação, Marcelo Siqueira.
O contrato comercial é resultado de um projeto do
escritório do Sebrae Paraná no norte pioneiro, que visa o desenvolvimento
territorial e a transformação da região em referência em produtos diferenciados
no agronegócio. A iniciativa com o morango começou a partir de um diagnóstico
que apontou que, nas quatro cidades, predominava a produção da fruta, com cerca
de 500 produtores.
O consultor do Sebrae Paraná, Odemir Capello,
lembra que o trabalho passou por fases, como a articulação com lideranças e a
realização do planejamento estratégico. As capacitações voltadas ao manuseio da
fruta e a produção com baixa aplicação de defensivos agrícolas também foram
essenciais para elevar a qualidade do produto.
“Durante o processo, os produtores viram a
necessidade de formalizar uma associação. Quando essa organização estava bem
estruturada, decidiram que era o momento de evoluir para outro patamar de
comercialização”, explica o consultor.
Para atingir esse objetivo, uma pesquisa foi
realizada, no fim do ano passado, em sete redes de supermercados da região
norte do Paraná. Os resultados nortearam o avanço na forma de vender o morango.
“O estudo mostrou que o preço não era o quesito
mais importante para cinco dos supermercados pesquisados, e sim o que o
fornecedor oferecia: fruta de qualidade, com padrão, doce e que não tivesse
interrupção de fornecimento”, pontua Capello.
Com os dados e o acompanhamento do Sebrae Paraná no
norte pioneiro, a associação fechou a negociação com a rede, que conta com
lojas em oito municípios da região.
“O contrato garantiu um diferencial na negociação.
Conseguimos rentabilidade 40% maior, já que as frutas não passam por
intermediários. Isso nos incentiva a produzir e nos dedicar à qualidade da
fruta. Como estamos entregando direto ao mercado conseguimos levar um produto
mais fresco e até pra quem compra fica mais barato. Agora, o pequeno produtor
pode começar a sonhar”, explica o produtor Marcelo Siqueira.
A diretora da rede de supermercados Molini’s, Ana
Carla Bartolini Molini Ferrari, conta que segue o legado deixado pelo pai e
fundador do grupo, José Carlos Molini, que é valorizar os produtos e projetos
da região. A cidade escolhida para o projeto piloto foi Santo Antônio da
Platina.
“Nossas dores eram ligadas às rupturas no
fornecimento. Muitas vezes, tínhamos que buscar nas centrais de abastecimento.
Comprando direto do produtor economizamos nessa logística, o produto tem mais
qualidade e rende mais para o cliente final. O lançamento foi um sucesso,
vendemos 100% do produto e pretendemos colocar nas outras lojas”, comemora.
Novos mercados e Indicação Geográfica (IG)
A venda direta para o supermercado é importante
para que os pequenos produtores tenham contato com novas formas de
comercialização do morango. “Eles vão aprender a lidar com um mercado que não
conheciam – um outro tipo de negociação – que envolve trabalho de logística,
organização da produção, embalagem e entrega. Assim, eles ganham expertise para
novos negócios”, comenta o consultor do Sebrae Paraná, Odemir Capello.
O morango produzido no norte pioneiro passa,
atualmente, por um processo de certificação de Indicação Geográfica (IG),
chancela que trará mais visibilidade e notoriedade para a produção do
território. A IG está em análise no Instituto Nacional da Propriedade
Industrial (INPI).
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