Agência Criativa
David Batista
Lixão á céu aberto em Salto do Itararé
contraria leis ambientais
Agência Criativa
David Batista
Um dos maiores
problemas causados pela sociedade moderna é a geração excessiva de resíduos
sólidos (ou lixo), bem como sua destinação final, que deve ser feita de forma
adequada a fim de evitar a contaminação do Meio Ambiente e a disseminação
de doenças. Aqui no Brasil, infelizmente, não é o que ocorre em grande
parte dos casos e muitos municípios, como é o caso do Salto do Itararé, que
possui coleta de lixo, mas, não possui sistema de tratamento e disposição final
dos resíduos coletados, que são depositados a céu aberto em propriedade rural
há menos de dois quilômetros do quadro urbano. A área utilizada pela prefeitura é
impropria para disposição final do lixo e não existe nenhum preparo do solo para receber o “lixo”. Todos os dos resíduos são depositados e deixados
expostos a céu aberto sem qualquer monitoramento ambiental. Em algumas ocasiões
um trator pá carregadeira da prefeitura vai ao local, como neste dia 20 de
setembro, e amontoa o lixo deixado pelos caminhões.
O lixão está localizado na
estrada conhecida como “estrada do Lixão” que leva ao Bairro da Figueira, onde
existem pelo menos oito proprietários de sítios. A reportagem ouviu no local
dois de três moradores do local. Nenhum deles quis se identificar, segundo
eles, por precaução por possíveis represálias por parte do prefeito Paulinho Carijó,
“já foram registrada morte de vários animais como vacas em propriedades logo
abaixo que acabaram por comer os plásticos do lixão que são levados pelo vento
estrada abaixo, outros animais tiveram que ser vendidos para o abate, pois
estavam emagrecendo e possivelmente também iriam morrer. Se você descer nesta
estrada sentido Figueira, vai ver a quantidade de plásticos que estão
espalhados pela estrada”, denuncia sitiante. O segundo morador falou que as
imagens que fizemos no lixão falam por si só, “bem vocês estão vendo aqui no
lixão a pouca vergonha que existe em nosso município, antigamente o lixo
produzido na cidade era levado para um aterro sanitário em Santana do Itararé,
o prefeito acabou por brigar com o pessoal da direção do aterro e acabou saindo
do consórcio e a partir daí começou a reativar o lixão e nele jogam o lixo orgânico
de todos os tipos e até animais mortos atraindo uma enormidade de urubus”,
desabafou indignado.
O governo instituiu
em 2010 uma lei específica para acabar com os lixões, a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS), que estabelecia um prazo para que os municípios
brasileiros erradicassem os lixões até o ano de 2014. Como 60% dos municípios
não se adequaram, o prazo para o fim dos lixões foi prorrogado para entre 2018
e 2021 — para capitais e municípios de regiões metropolitanas o prazo é menor,
enquanto para os de fronteira e aqueles com menor número de habitantes, um
pouco maior.
No lixão do Salto, o
lixo é simplesmente depositado sobre o solo, a céu aberto, sem qualquer medida
de controle ambiental ou sanitário e os problemas decorrentes disso são fáceis
de prever. Como no lixão o solo não é impermeabilizado, o chorume, que é o
líquido formado pela degradação de compostos orgânicos, se infiltra no
solo, podendo contaminar águas subterrâneas. Além da formação do chorume,
a decomposição da matéria orgânica produz diversos gases,
principalmente metano (CH4) e gás carbônico (CO2),
que são gases de efeito estufa e, portanto, contribuem para o aquecimento
global. Nos aterros sanitários, método ambientalmente seguro para a
disposição final dos resíduos sólidos, o solo é impermeabilizado e os gases são
drenados, minimizando estes problemas.
O acúmulo de água nos
entulhos do lixão, por exemplo, serve de criadouro para o Aedes Aegypti,
transmissor da Dengue, Febre Amarela, Zika e Chikungunya.
Do ponto de vista
urbano, os vazadouros a céu aberto também levam à desvalorização imobiliária do
entorno por conta dos odores desagradáveis e de todos estes problemas
mencionados, fato este comprovado pelos sitiantes.
O prefeito Paulinho Carijó,
atendeu a reportagem e falou que a situação do lixo na cidade está tudo certo, “o
lixo aqui em nossa cidade está tudo em ordem, temos a empresa do Paulo Mendonça
que transporta todo o nosso lixo para Apucarana, o lixo não fica em nossa
cidade”. “Graças a Deus alugamos um galpão para reciclagem do lixo. Essa
questão por aqui está tudo em ordem”, disse o prefeito.
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