Com a chegada das baixas temperaturas,
doenças respiratórias tendem a aumentar.
Editor da Comunicação Social
Indiscutivelmente, a máscara de
proteção facial e outras medidas de prevenção à Covid-19 têm sido deixadas de
lado por parcela da população nos últimos meses. Isso devido ao avanço da
imunização e da flexibilização das medidas de proteção contra a doença. Porém,
o panorama tem mudado com a mudança de estação e o crescimento de casos de
doenças respiratórias.
“Temos observado que, independente das
recomendações, as pessoas por si só já vinham usando menos as máscaras de
proteção individual, mas nós ainda estamos em situação de pandemia. Agora o
período de transição outono-inverno potencializa a transmissão de vírus e causa
mais a incidência de doenças respiratórias”, analisa Maynara Fernanda Carvalho
Barreto, enfermeira e professora do curso de Enfermagem da Universidade Estadual
do Norte do Paraná (UENP).
Contudo, há exceções, aqueles que, mesmo com os decretos de flexibilização, não
deixaram de se cuidar. Um exemplo é a advogada Carla Dias. Ela conta que mesmo
com a flexibilização continua usando máscara e álcool em gel no trabalho,
mercado, igreja ou em qualquer outro ambiente que frequenta, porém testou
positivo para a Covid-19 na última semana.
“Não tenho nem ideia de como me contaminei. Foi a primeira vez que testei
positivo. Meu maior medo, e acredito que seja o de todos, era de ter
contaminado alguém. Por estar vacinada com as três doses, eu tinha a segurança
que as chances de precisar ser hospitalizada seriam muito pequenas, então a
preocupação foi em relação à transmissão do vírus mesmo”, conta a advogada.
O boletim divulgado na quinta-feira (09/06) pela Fiocruz aponta o aumento dos
casos de Covid-19 em todas as regiões do Brasil. A análise indica que cerca de
69% das ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) são em função
da Covid-19. Em relação aos óbitos por SRAG, 92,22% das notificações foram
relacionadas ao coronavírus. No Paraná, as informações divulgadas pela
Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), também no dia 9, registram 3909 novos
casos da doença.
“O aumento de casos de Covid-19 nos últimos dias reforça a importância da
vigilância das ações de prevenção da transmissão do vírus”, disse o enfermeiro
e professor da UENP, Ricardo Castanho Moreira. O docente comenta que é comum,
no período de temperaturas mais baixas, o aumento da frequência das doenças
respiratórias, “pois os locais de trabalho, estudo e outras atividades
coletivas, tendem a ser executadas em locais fechados, com redução da
ventilação natural”.
Segundo Maynara, caso teste positivo, é essencial que a pessoa contaminada
passe por atendimento clínico, o que depende das recomendações vigentes em cada
município. “A partir do momento que se manifestam sinais e sintomas, o paciente
deve manter todas as medidas de proteção, além de cumprir o isolamento de
acordo com o recomendado pelo Ministério da Saúde”, afirma.
“É importante também que o positivado entre em contato com as pessoas próximas
com quem teve contato direto, sejam familiares, colegas de trabalho entre
outros”, alerta a enfermeira. A população deve ficar atenta aos sintomas, especialmente
os que são característicos da Covid-19. O autocuidado faz toda a diferença para
a saúde coletiva. “De início tive dor de garganta, depois começou a coriza, que
foi quando fiz o teste, aí começaram os sintomas de gripe forte, espirro,
tosse, muito cansaço e dor de cabeça”, relata Carla.
Já as medidas de proteção são aquelas velhas conhecidas: utilização de máscara,
higienização das mãos, seja com água e sabão, seja com álcool em gel,
distanciamento social e, em casos positivos, isolamento. “Apesar de a vacina
ter sido aplicada na população, continuam sendo essas as medidas mais eficazes
em relação à transmissão e, consequentemente, a contaminação das pessoas”,
ressalta Maynara.
Vacina
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